Informações da Diocese (21/07/13)
O PAPA E OS JOVENS
D. Demétrio Valentini
Quando do
primeiro “encontro mundial” do Papa com a Juventude, em 1984, a preocupação era
garantir que a grande diferença de idade não inviabilizasse o diálogo. Colocar
frente a frente gerações tão diferentes, parecia provocar o desencontro, como
resultado do encontro proposto.
A iniciativa
tinha sido de João Paulo II, o incansável peregrino, obstinado a se encontrar
com todo o mundo. Dessa vez a aposta era com a juventude. E o resultado foi
surpreendente: entre o ancião que representava a velha guarda, e os jovens que
representavam as novas gerações, na verdade havia muito mais concordâncias do
que divergências, mais sintonias do que dissonâncias, mais empatia do que
oposição.
Esta primeira
experiência acendeu a luz inspiradora, para construir uma plataforma dinâmica
de diálogo entre a Igreja e a Juventude de nosso tempo.
Outro fato
concomitante veio corroborar esta proposta: a ONU acabava de estabelecer o ano
de 1985 como o “Ano Internacional da Juventude”. O Papa não perdeu tempo:
convocou outro encontro com os jovens, ainda em 1985, e nele expôs sua intenção
de criar a “Jornada Mundial da Juventude”, a ser realizada em cada ano, por
todas as dioceses, de preferência no Domingo de Ramos.
Mas a proposta
continha um ingrediente, que a experiência comprovou ser estratégico para sustentar
as motivações da Jornada Mundial: ficou estabelecido que, no intervalo de
poucos anos, de vez em quando, haveria Jornadas da Juventude, em grandes
cidades do mundo, que contariam com a presença do Papa.
E assim já
aconteceu em 1986, ano em que se realizou a primeira Jornada Mundial da Juventude,
que inaugurou a série que continua até hoje. Daí que agora já estamos na 28ª.
JMJ, número que inicia sua contagem em 1986. E esta primeira já contou com a
presença especial do Papa, traçando de certa maneira o molde das outras que
deveriam vir.
O interessante
é que a segunda JMJ foi realizada em Buenos Aires , em 1987. Naqueles anos o Bergoglio
ainda não era nem cardeal nem arcebispo de Buenos Aires, mas participou de
perto desta nova iniciativa da Igreja, de se aproximar dos jovens, colocá-los
em contato com Cristo, inseri-los na comunhão eclesial e envolvê-los na missão
apostólica.
O fato é que
os jovens se tornaram hoje, através das Jornadas Mundiais, uma referência
positiva de sensibilidade cristã, de vontade de recuperar valores perenes que
motivam nossa existência, e sobretudo de generosidade em abraçar as causas da
humanidade e a missão da Igreja.
Nem é de
estranhar que entre Juventude e Evangelho exista uma profunda afinidade e uma
mútua cumplicidade. Pois na verdade o Evangelho de Cristo sempre traz a
dinâmica da renovação, da recuperação de sentido, da mudança e da conversão
pessoal com repercussões na sociedade.
Não é por nada
que por definição, o “evangelho” é uma “Boa Notícia”, que tem a força de se
renovar sempre, encontrando nas “novas gerações” a porta aberta para entrar e
ser acolhida.
Se nos
perguntarmos o que está acontecendo nestes dias com a Jornada Mundial da
Juventude, podemos dizer que é o Evangelho assumindo as feições da juventude de
hoje, e mostrando de novo como ele é o caminho verdadeiro para a plena
realização de nossa vida.
Os jovens estão nos dando o testemunho da perene vitalidade do Evangelho de Cristo.
Os jovens estão nos dando o testemunho da perene vitalidade do Evangelho de Cristo.