A
Campanha da Fraternidade neste ano coloca a sociedade, o governo e a Igreja em
sinal vermelho. O que estas três esferas têm oferecido aos jovens?
Os
jovens passam por uma crise de sentido, de certezas. O que tem sido feito para orientá-los?
Cada
vez mais se estabelece relações entre as pessoas a partir do interesse, da
indiferença e do utilitarismo. O que tem sido feito para educar as novas
gerações de gratuidade?
A
publicidade e o mercado criam realidades ilusórias, necessidades que provocam o
descontrole do consumismo em crianças, jovens e adultos. O que se tem feito
para criar a consciência de um consumo sadio e consciente?
O
avanço tecnológico vai garantido maior acesso a internet, aos meios de
comunicação e redes sociais. O que se tem dialogado com as crianças,
adolescentes e jovens sobre o uso correto desses meios?
Infelizmente,
aos poucos vai se perdendo os parâmetros do que é bom e mal, correto e errado.
Muitos
jovens perdem o sentido da vida, estão ausentes a dimensão do futuro e da
esperança. Assustadoramente, cada vez mais jovens se perdem no álcool, nas
drogas e no extermínio de sua própria vida. São eles também, os jovens, vítimas
de assassinatos.
O
limite, o “não” parece inexistir, pois é tomado como limitação da liberdade e
por isso mesmo corre-se o risco com a formação de gerações que desconhecem
limites e o respeito aos outros.
Não
basta a indicação dos riscos pelos quais enfrentam a juventude. Jovem bem
orientado não é manipulado, pois é capaz de assumir suas decisões com
determinação. É capaz de se colocar diante do mundo, de suas solicitações com
uma nova postura: não se deixar levar somente pelo que está na moda e na “boca
da galera”. Sabe utilizar as redes sociais com discernimento e limite. Vê na
família o porto seguro, o lugar do aconchego, do carinho e da formação de
valores.
O
jovem sabe que sua vida está interligada ao destino das outras pessoas e ao
futuro da humanidade. Sabe que a fé em Deus e a sua participação na Igreja são
tesouros preciosos, do qual não se pode abrir mão.
“A
Igreja olha para os jovens com esperança”. (Bento XVI). Além de serem
esperança, os jovens são heróis dos tempos pós-modernos; capazes de superarem
as injustiças e corrupção, de serem fermentos em meio aos idealismos, de
defenderem o bem comum, de promoverem o diálogo e o encontro, de serem
autênticos e participativos, de preservarem e cultivarem a fé, o amor a Deus e
ao próximo… Cada dia mais os jovens são convocados a serem protagonistas de uma
sociedade mais justa, fraterna, inspirada no Evangelho: a CIVILIZAÇÃO DO AMOR.
Fica o conselho de um pai espiritual aos jovens: “Permiti que o mistério de
Cristo ilumine toda a vossa pessoa! Então, podereis levar aos vários ambientes
aquela novidade que pode mudar relacionamentos, as instituições e as
estruturas, para edificar um mundo mais justo e solidário, animado pela busca
do bem comum. Não cedais a lógicas individualistas e egoístas! Que vos conforte
o testemunho de muitos jovens que alcançaram a meta da santidade.” (Bento XVI)
(Geraldo Trindade -
Bacharel em Filosofia, cursa Teologia no Seminário Arquidiocesano de Mariana)
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